segunda-feira, 13 de junho de 2016

Necessidades Psicológicas

Necessidade designa em psicologia um estado interno de insatisfação causado pela falta de algum bem necessário ao bem-estar.
Henry Murray (1938), um dos primeiros a pesquisar sobre o assunto, classificou as necessidades em necessidades primárias ou viscerogênicas, que são as necessidades de natureza biológica (fome, sede, sono), e necessidades secundárias ou psicogênicas, que são necessidades que derivam de uma necessidade primária ou são inerentes à estrutura psíquica humana. Como a pessoa procura diminuir o estado interno de deficit, uma necessidade funciona como um impulso para determinados comportamentos.


A intensidade de uma necessidade determina a intensidade do comportamento a que ela está ligada: quanto mais intensa a necessidade, mais intensa a ação. Tal "intensidade" pode se expressar de diferentes formas: pelo vigor, entusiasmo, perseverança - ou mesmo a prioridade que se dá ao comportamento em detrimento de outros. Dessa forma uma necessidade tem um caráter diretivo com relação ao comportamento: por um lado ela determina o objeto ou evento necessários para sua saciação e, por outro, ela determina se essa satisfação se dá através de um movimento para perto desse objeto ou para longe dele - por exemplo "sede" e "medo de nadar" têm ambos por objeto a água, mas a direção é diferente. Toda necessidade é assim direcional. As necessidades variam o tempo todo. No entanto determinadas pessoas têm uma determinada tendência a ter certas necessidades mais frequentemente, ou mais intensamente do que outras. Quando uma necessidade têm para uma pessoa uma certa estabilidade ela torna-se uma parte de sua personalidade. Nesse caso se chamam necessidades disposicionais

Abraham Maslow (1970), partindo de outro referencial teórico (psicologia humanista), propôs uma outra teoria das necessidades humanas. Segundo ele as diferentes necessidades formam uma hierarquia, como uma pirâmide.
Algumas necessidades são extremamente primitivas, básicas e exigentes. Por serem assim fundamentais, elas formam a base da pirâmide: são as necessidades fisiológicas. No próximo degrau da pirâmide estão necessidades igualmente vitais, mas menos exigentes: são as necessidades de segurança íntima (física e psíquica). Maslow considerava essa segunda classe de necessidades menos exigente porque elas precisam ser saciadas menos frequentemente e, uma vez saciadas, tais necessidades permanecem satisfeitas por períodos relativamente longos. No próximo nível da pirâmide as necessidades passam a tornar-se mais sociais: são as necessidades de amor e relacionamentos (participação). É o desejo de companhia, afeição, de ser aceito, que só pode ser satisfeito através de interação com outras pessoas. Mais acima estão as necessidades de estima (autoconfiança), que incluem o desejo de ser bom em alguma atividade, de ter uma certa forma de poder, e de ser apreciado. Enquanto no nível imediatamente inferior se tratava de a pessoa sentir-se aceita (sem um juízo), aqui trata-se de ela ser apreciada, ou seja, julgada boa. 
(fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre).

Penso existir um modelo de complementaridade paradigmática, que defenderá o conjunto das necessidades psicológicas, descritas por (07) sete polaridades dialécticas: proximidade-autonomia, prazer-dor, produtividade-lazer, controlo-cedência, exploração-tranquilidade, coerência do self-incoerência do self e auto-estima/auto-crítica. Desse modo, o modelo de bem-estar dependerá da adequada regulação objetivada à satisfação das necessidades. Essa regulação resulta de uma instância do self. O self é desenvolvido ao longo da infância e está ligada ao desenvolvimento cognitivo, que será concluído apenas ao entrar na adolescência. Desta forma, me parece que a regulação da satisfação envolvendo as necessidades se liga intrinsicamente a dependência dos pais, para forma e tornar adequada essa regulação. Então, será necessário reconhecer e promover experiências correspondentes às necessidades das crianças. Concretamente as sete polaridades, emergem em momentos diferentes do desenvolvimento, como se buscassem satisfazer as necessidades psicológicas. Nesse aspecto o desenvolvimento é, em particular, uma espera de diferentes significados, in-produzidos ao nível da polaridade de produtividade-lazer, que só emergem na idade escolar. E assim, o desenvolvimento da polaridade coerência do self-incoerência do selfnão iria ser reconhecida como importante nem promovida em qualquer das etapas, por emergir apenas na adolescência, que segundo (Erikson e Piaget), emergem na emergência das necessidades, entre o reconhecimento da importância e a promoção das necessidades. Ao enquadra-se no modelo de complementaridade paradigmática, que postula a influência da regulação para a satisfação das necessidades psicológicas no bem-estar e "distress" psicológicos diante do desenvolvimento da sintomatologia. Uma discrepâncias das necessidades que estão na base do desenvolvimento dos padrões da personalidade não-adaptativa. A adaptação implica em um processo contínuo de negociação e balanceamento entre os polos de necessidades que possibilita a regulação da sua satisfação, enquanto que a perturbação reside nesta incapacidade de balanceamento e de regulação da satisfação das necessidades, que contribui para a presença de sintomatologia. (Vasco & Velho, 2010). Para que as necessidades superiores sejam satisfeitas é necessário que as inferiores estejam igualmente satisfeitas, sobretudo quando se trata da necessidade de auto-realização. Apesar disso, o autor não formulou uma hierarquia rígida, considerando a existência de diferenças individuais na satisfação das necessidades. (Maslow, 1954).      

Nenhum comentário: