(http://www.portalraizes.com/sapiossexualidade-quando-a-libido-e-estimulada-pela-admiracao-intelectual/)
Além de músculos bem
definidos, algumas pessoas valorizam e sentem atração por indivíduos dotados de
inteligência. Esse tipo de atração é conhecida como “sapiossexualidade”.
O prefixo da palavra tem
origem do latim sapien, que significa inteligência. Inclusive temos uma palavra
em nosso vocabulário que já podia dar noção do que se tratava, mas infelizmente
nem é tão utilizada assim: sapiência.
A sapiossexualidade é a atração
sexual que uma pessoa sente pela inteligência , visão de mundo e toda a bagagem
cultural de outra pessoa. É importante dizer que uma pessoa sapiossexual não se
importa, portanto, com o gênero da pessoa pela qual ela está atraída. Ela sente
atração pela inteligência e conhecimento que a pessoa tem, independente do sexo
da pessoa.
Isso
não significa que todos os sapiossexuais repudiem beleza física ou que seus
parceiros sejam destituídos de uma aparência bem cuidada e atraente. A
atração vem da inteligência, o que não elimina outros aspectos da pessoa.
A diferença está em: se uma pessoa é bonita fisicamente, mas não tem inteligência,
seria impossível despertar o interesse de um sapiossexual.
A terminologia foi
supostamente criada por Darren Stalder, que afirma ter inventado a expressão em
1998. O termo só pegou mesmo, no entanto, a partir de 2008, graças, em parte, à
escritora erótica Kayar Silkenvoice, que criou o domínio Sapiosexual.com em
2005.
Silkenvoice afirma nunca
ter feito sexo ruim. Porque ela é atraída a pessoas inteligentes, crê que essas
pessoas são mais inteligentes até mesmo na cama. Elas não partem do princípio
que sabem do que o outro gosta, e adoram ganhar conhecimento. Sendo assim,
querem aprender o que faz o seu parceiro feliz, descobrir como tornar o sexo o
melhor possível.
“Pessoas com intelecto
mais desenvolvido, que estimulam o gosto pelo aprender, que se interessam pelos
mais variados assuntos e pontos de vista, que se abrem para diálogos profundos
e francos, que passeiam pelas mais variadas artes, que dão bicadinhas na
filosofia , na psicanálise, na antropologia, na sociologia , entre outras ciências,
tende a ampliar enormemente suas conexões cerebrais , desenvolvendo características
como alteridade, capacidade de argumentar, capacidade de detectar o discurso
alheio, capacidade de questionar os valores sociais a fim de agir sobre eles.
Quem desenvolve o intelecto passa a ser protagonista da própria vida. Começa a
escrever a sua própria história em vez de se enxergar como peça passiva de um
gigantesco tabuleiro, manipulável por mãos poderosas e onipotentes.
Quem expande suas conexões
cerebrais não faz ou deixa de fazer as coisas porque todo mundo faz ou deixa de
fazer. Quem expande as conexões cerebrais deixa de ser fantoche e torna-se alguém
imunizado contra manipulações das mais variadas naturezas. Quem expande suas
conexões cerebrais torna-se uma pessoa mais interessante, com um papo que flui
melhor, com mais senso de humor, com mais criatividade para reelaborar a própria
vida.
Brincando com alunos em
sala de aula, disse que namorar uma garota intelectual é muito mais econômico
do que namorar uma não intelectual. Uma estudante inteligente me ajudou a
complementar o meu pensamento. No final da explanação, disse que a minha fala
valia para os rapazes também.
Sim, pessoas intelectuais
não precisam gastar horrores nos lugares da moda para se divertir. Um bom papo
regado a café já faz a alegria de um casal intelectual. Uma cidade como São
Paulo está abarrotada de boas oportunidades de lazer barato para intelectuais:
exposições e concertos gratuitos ou a preços simbólicos; as peças de teatro
mais elaboradas , muitas vezes, são as mais econômicas; sessões de cinema
alternativo também costumam oferecer promoções incríveis. Dar e receber um livro
ou um dvd de presente é demais! Não é preciso gastar uma fortuna comprando uma
roupa de grife.
Sem falar, como diria
minha aluna com a qual concordo totalmente: pessoas intelectuais entendem que
rachar contas é mais do que natural. É o justo. Não é possível falar sobre
mulheres empoderadas enquanto insistirmos em entender as relações amorosas como
barganhas. Se um homem necessitar pagar desde o café expresso até o motel,
passando pelos ingressos do cinema, as garrafas de vinho, os jantares românticos,
estaremos dizendo de forma subliminar que somos prostitutas: que damos a nossa
companhia em troca de passeios. É tão justo e válido, um dia, o homem pagar a
conta inteira de um restaurante quanto uma mulher pagar a conta inteira para
agradar ao seu namorado. Se o homem pode desejar fazer uma gentileza à sua
companheira , a mulher também pode ter o mesmo tipo de anseio em relação ao seu
parceiro.
Enfim, quem desenvolve a
intelectualidade passa normalmente a ter um olhar mais amplo sobre o mundo e
sobre a vida. Ultrapassa as linhas do feminismo e do machismo para alcançar o
patamar dos libertários. Aprende a perceber que todo saber é relativo e quanto
mais se aprende , mais se quer conhecer. Torna-se menos escravo do status quo,
dos modismos, do consumismo, das leis tirânicas de um sistema que nos enxerga
como parafusos de uma engrenagem. Sim, se intelectualizar é se libertar. Pois
como disse um professor há séculos…” conhecimento é poder”.
Obviamente existem
pessoas que estudam muito e nem por isso desenvolvem a alteridade. Muito pelo
contrário. Alguns se tornam ainda mais dogmáticos e arrogantes. Alguns utilizam
o próprio saber para oprimir e humilhar. Como se diz…em toda regra há exceções.
Mas se a gente for parar para pensar, tais pessoas não são intelectuais de fato”.





