terça-feira, 14 de junho de 2016

Sapiossexualidade: Quando A Libido É Estimulada Pela Admiração Intelectual

Texto de Silvia Marques para o Portal Raízes
(http://www.portalraizes.com/sapiossexualidade-quando-a-libido-e-estimulada-pela-admiracao-intelectual/)
  
Além de músculos bem definidos, algumas pessoas valorizam e sentem atração por indivíduos dotados de inteligência. Esse tipo de atração é conhecida como “sapiossexualidade”.


O prefixo da palavra tem origem do latim sapien, que significa inteligência. Inclusive temos uma palavra em nosso vocabulário que já podia dar noção do que se tratava, mas infelizmente nem é tão utilizada assim: sapiência.
sapiossexualidade é a atração sexual que uma pessoa sente pela inteligência , visão de mundo e toda a bagagem cultural de outra pessoa. É importante dizer que uma pessoa sapiossexual não se importa, portanto, com o gênero da pessoa pela qual ela está atraída. Ela sente atração pela inteligência e conhecimento que a pessoa tem, independente do sexo da pessoa.
Isso não significa que todos os sapiossexuais repudiem beleza física ou que seus parceiros sejam destituídos de uma aparência bem cuidada e atraente. A atração vem da inteligência, o que não elimina outros aspectos da pessoa. A diferença está em: se uma pessoa é bonita fisicamente, mas não tem inteligência, seria impossível despertar o interesse de um sapiossexual. 
A terminologia foi supostamente criada por Darren Stalder, que afirma ter inventado a expressão em 1998. O termo só pegou mesmo, no entanto, a partir de 2008, graças, em parte, à escritora erótica Kayar Silkenvoice, que criou o domínio Sapiosexual.com em 2005.
Silkenvoice afirma nunca ter feito sexo ruim. Porque ela é atraída a pessoas inteligentes, crê que essas pessoas são mais inteligentes até mesmo na cama. Elas não partem do princípio que sabem do que o outro gosta, e adoram ganhar conhecimento. Sendo assim, querem aprender o que faz o seu parceiro feliz, descobrir como tornar o sexo o melhor possível.

O Irresistível Charme De Um “Sapiosexy”

“Pessoas com intelecto mais desenvolvido, que estimulam o gosto pelo aprender, que se interessam pelos mais variados assuntos e pontos de vista, que se abrem para diálogos profundos e francos, que passeiam pelas mais variadas artes, que dão bicadinhas na filosofia , na psicanálise, na antropologia, na sociologia , entre outras ciências, tende a ampliar enormemente suas conexões cerebrais , desenvolvendo características como alteridade, capacidade de argumentar, capacidade de detectar o discurso alheio, capacidade de questionar os valores sociais a fim de agir sobre eles. Quem desenvolve o intelecto passa a ser protagonista da própria vida. Começa a escrever a sua própria história em vez de se enxergar como peça passiva de um gigantesco tabuleiro, manipulável por mãos poderosas e onipotentes.
Quem expande suas conexões cerebrais não faz ou deixa de fazer as coisas porque todo mundo faz ou deixa de fazer. Quem expande as conexões cerebrais deixa de ser fantoche e torna-se alguém imunizado contra manipulações das mais variadas naturezas. Quem expande suas conexões cerebrais torna-se uma pessoa mais interessante, com um papo que flui melhor, com mais senso de humor, com mais criatividade para reelaborar a própria vida.
Brincando com alunos em sala de aula, disse que namorar uma garota intelectual é muito mais econômico do que namorar uma não intelectual. Uma estudante inteligente me ajudou a complementar o meu pensamento. No final da explanação, disse que a minha fala valia para os rapazes também.
Sim, pessoas intelectuais não precisam gastar horrores nos lugares da moda para se divertir. Um bom papo regado a café já faz a alegria de um casal intelectual. Uma cidade como São Paulo está abarrotada de boas oportunidades de lazer barato para intelectuais: exposições e concertos gratuitos ou a preços simbólicos; as peças de teatro mais elaboradas , muitas vezes, são as mais econômicas; sessões de cinema alternativo também costumam oferecer promoções incríveis. Dar e receber um livro ou um dvd de presente é demais! Não é preciso gastar uma fortuna comprando uma roupa de grife.
Sem falar, como diria minha aluna com a qual concordo totalmente: pessoas intelectuais entendem que rachar contas é mais do que natural. É o justo. Não é possível falar sobre mulheres empoderadas enquanto insistirmos em entender as relações amorosas como barganhas. Se um homem necessitar pagar desde o café expresso até o motel, passando pelos ingressos do cinema, as garrafas de vinho, os jantares românticos, estaremos dizendo de forma subliminar que somos prostitutas: que damos a nossa companhia em troca de passeios. É tão justo e válido, um dia, o homem pagar a conta inteira de um restaurante quanto uma mulher pagar a conta inteira para agradar ao seu namorado. Se o homem pode desejar fazer uma gentileza à sua companheira , a mulher também pode ter o mesmo tipo de anseio em relação ao seu parceiro.
Enfim, quem desenvolve a intelectualidade passa normalmente a ter um olhar mais amplo sobre o mundo e sobre a vida. Ultrapassa as linhas do feminismo e do machismo para alcançar o patamar dos libertários. Aprende a perceber que todo saber é relativo e quanto mais se aprende , mais se quer conhecer. Torna-se menos escravo do status quo, dos modismos, do consumismo, das leis tirânicas de um sistema que nos enxerga como parafusos de uma engrenagem. Sim, se intelectualizar é se libertar. Pois como disse um professor há séculos…” conhecimento é poder”.
Obviamente existem pessoas que estudam muito e nem por isso desenvolvem a alteridade. Muito pelo contrário. Alguns se tornam ainda mais dogmáticos e arrogantes. Alguns utilizam o próprio saber para oprimir e humilhar. Como se diz…em toda regra há exceções. Mas se a gente for parar para pensar, tais pessoas não são intelectuais de fato”.



segunda-feira, 13 de junho de 2016

...ao falarmos dos outros, revelamos muito sobre nós mesmos!


Nem sempre a compreensão nos aliviará de nossos medos, talvez só os intensifique, por isso, os enxergamos nos outros e os identificamos atribuindo adjetivos e valores, sem perceber que em verdade estamos nos revelando, então, cuidado ao falar de alguém, isso será muito revelador.
Segundo o médico e psicanalista Mauro Hegenberg, professor do Instituto Sedes Sapientiae, sobre a frase de Freud, se a sentença foi realmente proferida ou não, não se sabe. Entretanto, o significado da mensagem faz sentido. Há inúmeros estudos na área de psicologia evidenciando que basta apenas alguns poucos segundos para se formar uma opinião sobre o outro. A Universidade de Glasgow, na Escócia, concluiu que pode ser até menos do que isso, e já será o suficiente; em meio segundo, um simples "olá" seria o suficiente para imprimir impressões sobre alguém.
Psicanaliticamente falando, cada indivíduo tem uma visão única de mundo, formada ao longo da vida em função de sua educação e suas experiências, influenciando o modo de perceber as pessoas. “São essas imagens, ideias e conceitos que projetamos nas pessoas quando pensamos nelas ou falamos sobre elas", diz Hegenberg. Cada conceito projetado nos releva por completo, isso porque projetamos nos outros aquilo que está em nós mesmo.

Necessidades Psicológicas

Necessidade designa em psicologia um estado interno de insatisfação causado pela falta de algum bem necessário ao bem-estar.
Henry Murray (1938), um dos primeiros a pesquisar sobre o assunto, classificou as necessidades em necessidades primárias ou viscerogênicas, que são as necessidades de natureza biológica (fome, sede, sono), e necessidades secundárias ou psicogênicas, que são necessidades que derivam de uma necessidade primária ou são inerentes à estrutura psíquica humana. Como a pessoa procura diminuir o estado interno de deficit, uma necessidade funciona como um impulso para determinados comportamentos.


A intensidade de uma necessidade determina a intensidade do comportamento a que ela está ligada: quanto mais intensa a necessidade, mais intensa a ação. Tal "intensidade" pode se expressar de diferentes formas: pelo vigor, entusiasmo, perseverança - ou mesmo a prioridade que se dá ao comportamento em detrimento de outros. Dessa forma uma necessidade tem um caráter diretivo com relação ao comportamento: por um lado ela determina o objeto ou evento necessários para sua saciação e, por outro, ela determina se essa satisfação se dá através de um movimento para perto desse objeto ou para longe dele - por exemplo "sede" e "medo de nadar" têm ambos por objeto a água, mas a direção é diferente. Toda necessidade é assim direcional. As necessidades variam o tempo todo. No entanto determinadas pessoas têm uma determinada tendência a ter certas necessidades mais frequentemente, ou mais intensamente do que outras. Quando uma necessidade têm para uma pessoa uma certa estabilidade ela torna-se uma parte de sua personalidade. Nesse caso se chamam necessidades disposicionais

Abraham Maslow (1970), partindo de outro referencial teórico (psicologia humanista), propôs uma outra teoria das necessidades humanas. Segundo ele as diferentes necessidades formam uma hierarquia, como uma pirâmide.
Algumas necessidades são extremamente primitivas, básicas e exigentes. Por serem assim fundamentais, elas formam a base da pirâmide: são as necessidades fisiológicas. No próximo degrau da pirâmide estão necessidades igualmente vitais, mas menos exigentes: são as necessidades de segurança íntima (física e psíquica). Maslow considerava essa segunda classe de necessidades menos exigente porque elas precisam ser saciadas menos frequentemente e, uma vez saciadas, tais necessidades permanecem satisfeitas por períodos relativamente longos. No próximo nível da pirâmide as necessidades passam a tornar-se mais sociais: são as necessidades de amor e relacionamentos (participação). É o desejo de companhia, afeição, de ser aceito, que só pode ser satisfeito através de interação com outras pessoas. Mais acima estão as necessidades de estima (autoconfiança), que incluem o desejo de ser bom em alguma atividade, de ter uma certa forma de poder, e de ser apreciado. Enquanto no nível imediatamente inferior se tratava de a pessoa sentir-se aceita (sem um juízo), aqui trata-se de ela ser apreciada, ou seja, julgada boa. 
(fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre).

Penso existir um modelo de complementaridade paradigmática, que defenderá o conjunto das necessidades psicológicas, descritas por (07) sete polaridades dialécticas: proximidade-autonomia, prazer-dor, produtividade-lazer, controlo-cedência, exploração-tranquilidade, coerência do self-incoerência do self e auto-estima/auto-crítica. Desse modo, o modelo de bem-estar dependerá da adequada regulação objetivada à satisfação das necessidades. Essa regulação resulta de uma instância do self. O self é desenvolvido ao longo da infância e está ligada ao desenvolvimento cognitivo, que será concluído apenas ao entrar na adolescência. Desta forma, me parece que a regulação da satisfação envolvendo as necessidades se liga intrinsicamente a dependência dos pais, para forma e tornar adequada essa regulação. Então, será necessário reconhecer e promover experiências correspondentes às necessidades das crianças. Concretamente as sete polaridades, emergem em momentos diferentes do desenvolvimento, como se buscassem satisfazer as necessidades psicológicas. Nesse aspecto o desenvolvimento é, em particular, uma espera de diferentes significados, in-produzidos ao nível da polaridade de produtividade-lazer, que só emergem na idade escolar. E assim, o desenvolvimento da polaridade coerência do self-incoerência do selfnão iria ser reconhecida como importante nem promovida em qualquer das etapas, por emergir apenas na adolescência, que segundo (Erikson e Piaget), emergem na emergência das necessidades, entre o reconhecimento da importância e a promoção das necessidades. Ao enquadra-se no modelo de complementaridade paradigmática, que postula a influência da regulação para a satisfação das necessidades psicológicas no bem-estar e "distress" psicológicos diante do desenvolvimento da sintomatologia. Uma discrepâncias das necessidades que estão na base do desenvolvimento dos padrões da personalidade não-adaptativa. A adaptação implica em um processo contínuo de negociação e balanceamento entre os polos de necessidades que possibilita a regulação da sua satisfação, enquanto que a perturbação reside nesta incapacidade de balanceamento e de regulação da satisfação das necessidades, que contribui para a presença de sintomatologia. (Vasco & Velho, 2010). Para que as necessidades superiores sejam satisfeitas é necessário que as inferiores estejam igualmente satisfeitas, sobretudo quando se trata da necessidade de auto-realização. Apesar disso, o autor não formulou uma hierarquia rígida, considerando a existência de diferenças individuais na satisfação das necessidades. (Maslow, 1954).      

Persona-Ego


PERSONA, era o nome da máscara que os atores do teatro grego usavam. Sua função era tanto dar ao ator a aparência que o papel exigia, quanto amplificar sua voz, permitindo que fosse bem ouvida pelos espectadores. A palavra é derivada do verbo personare, ou "soar através de". Por extensão, designa um papel social, ou um papel interpretado por um ator.
Neste mesmo sentido, na Psicologia Analítica (Jung), é dado o nome de persona à função psíquica relacional voltada ao mundo externo, na busca de adaptação social. Nesta acepção, opõe-se à sizígia (animus/anima), responsável pela adaptação ao mundo interno. No processo de individuação, a primeira etapa é, justamente, a elaboração da persona desenvolvida, em termos de sua relatividade frente à personalidade como um todo. Nos sonhos, costuma aparecer sob várias imagens/formas.

EGO, é o centro da consciência inferior, diferente do Eu que é centro superior da consciência. O Ego é a soma total dos pensamentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais. É a parte mais superficial do indivíduo, a qual, modificada e tornada consciente, tem por funções a comprovação da realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos impulsos que emanam do indivíduo. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao id sem transgredir as exigências do superego. Quando o ego se submete ao id, torna-se imoral e destrutivo; ao se submeter ao superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa insatisfação insuportável; se não se submeter ao mundo, será destruído por ele. Para Jung, o Ego é um complexo; o “complexo do ego”. Diz ele, sobre o Ego: “É um dado complexo formado primeiramente por uma percepção geral de nosso corpo e existência e, a seguir, pelos registros de nossa memória.

Fonte: Wikipédia - A enciclopédia livre.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Lebenswelt

...da empatia à compreensão na psicoterapia humanista.

O foco "lebenswelt" em psicoterapia, até pode significar a realidade primária de nossas imediatas experiências: um mundo de significados tal qual como pode se apresentar. Um compreender do significado de buscar e misturar o vivido, tanto objetivamente como subjetivamente, inconsciente ou consciente, em grupo ou individualmente. Portanto, uma compreensão ambígua da nossa existência nesse mundo da vida.

"É porque meu mundo é sempre, assim, nosso mundo, um mundo intersubjetivo, um mundo comum" (Tatossian, 2006). 



...a terminologia "mundo da vida", tem por desejo descrever o "mundo para todos", evidenciando o da reabsorção intuitiva presente ao universo.

Mundo da vida (em alemãoLebenswelt, em inglês: Lifeworld) é um termo da filosofia ligado principalmente com a fenomenologia de Edmund Husserl, que assim o define:

O "munda-da-vida" é o terreno a partir do qual tais abstrações [da ciência] derivam, é o campo da própria intuição, o universo do que é intuível, ou ainda, um reino de evidências originarias, para o qual o cientista devia se voltar para verificar a validade de suas idealizações, de suas teorias, posto que, a ciência interpreta e explica o que dado imediatamente no "mundo-da-vida".
(fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre).

O argumento de Husserl não é tanto que a ênfase na natureza nos leva a um descuido com relação a outros domínios da objetividade e ao peculiar caráter das correspondentes ciências, mas que a idéia da matematização e do seu correlato mundo cientificamente interpretado, não está em oposição a outras formas de realização teórica e outros mundos ou domínios (...), mas sim [que está em oposição] a uma forma de consciência que é totalmente livre de teorias , completamente desengajada de interesses teóricos em qualquer de suas possíveis formas. (CARR, 1974, p.135).